Crítica do filme “Noites de Cabíria”, de Frederico Fellini.
Noites de Cabíria – Federico Fellini Daniel Carvalho Ma la vita continua Cabíria busca um amor perfeito, de maneira quase obsessiva — um amor que salve, que redima. Ela ama demais, sofre demais. É uma mulher de coração vasto e ingenuidade desarmada, que insiste em crer na bondade humana mesmo diante da repetida crueldade. Sempre que cai, levanta-se com a cabeça erguida, sonhando que um dia será diferente. Cabíria é, apesar de tudo — e sobretudo — amor. E poesia. Por trás da casca, existe esperança. Cabíria ainda é sonho. Lançado em 1957 e dirigido por Federico Fellini, “Noites de Cabíria” tem como protagonista a inesquecível Giulietta Masina — esposa do diretor e intérprete de uma das personagens mais comoventes da história do cinema. Fellini abre o filme com uma cena metonímica: Cabíria beija o namorado à beira de um rio, até que ele a empurra, quase a matando afogada. Ele foge com sua bolsa, seu dinheiro, suas ilusões. Essa sequência de expectativa e frustração se...